terça-feira, 23 de novembro de 2010
Síndrome Da Falta D'Água: 80% de realidade e 20% de ficção
Para além do livro já aqui referido "Dos pântanos à escassez: uso da água e conflito na Baixada dos Goytacazes" também gostaríamos de vos sugerir este livro intitulado de: "Síndrome Da Falta D'Água: 80% de realidade e 20% de ficção" de José Bedran Simões. Esta obra também é muito importante pois, o autor reúne episódios da experiência urbana proporcionada pela falta de abastecimento de água e traça o perfil de uma síndrome onde os habitantes das cidades lavam a alma ao poder sustentar, perante o poder público, o seu elenco de motivos para compor a dor e a delícia de serem o que são - citadinos.
Dos pântanos à escassez: uso da água e conflito na Baixada dos Goytacazes
Mundo árabe tem países mais vulneráveis à mudança climática
BEIRUTE (Reuters) - Tempestades de areia ocorrem no Iraque, grandes enchentes assolam a Arábia Saudita e o Iêmen, o aumento do nível dos oceanos corrói a costa do Egito, o tempo quente e seco piora a escassez de água no Oriente Médio, que é a região mais carente do mundo nesse aspecto.
O mundo árabe já está sofrendo impactos coerentes com as previsões das mudanças climáticas. Embora cientistas estejam cuidadosos na hora de ligar eventos específicos ao aquecimento global, eles estão exortando os governos árabes a agir rapidamente para proteger os países de potenciais desastres.
Há grandes variações na emissão de gases causadores do efeito estufa na região, com taxas muito altas em várias nações produtoras de petróleo e gás. O Catar, por exemplo, possui o recorde mundial de emissões per capita, com 56,2 toneladas de dióxido de carbono em 2006, enquanto os egípcios emitiram apenas 2,25 toneladas cada um, mostraram dados da ONU (Organização das Nações Unidas).
Para Mohamed El-Ashry, ex-chefe do Fundo Global para o Meio Ambiente, uma instituição que ajuda os países em desenvolvimento nas questões climática e ambiental, a região não pode ficar inativa em relação a esses problemas. "É da natureza humana esperar até que haja uma crise, para aí sim agir", afirmou. "Mas você detesta esperar até que haja uma crise realmente grande, com um enorme número de pessoas sofrendo desnecessariamente."
Medidas para sanar os problemas ambientais na região também ajudarão a compensar futuros impactos no aquecimento global.
"Avaliar a questão da água, dizem, teria o benefício duplo de responder às questões da mudança climática, mas também avaliar os problemas que resultam do crescimento populacional, das administrações ruins e das fracas instituições relacionadas ao assunto da água," afirmou Ashry.
A população do mundo árabe triplicou desde 1970, para 360 milhões de pessoas. Em 2050, esse número chegará a quase 600 milhões, de acordo com o Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento).
A escassez de água, o maior desafio da região, já é imensa. Até 2015, os árabes terão de sobreviver com menos de 500 metros cúbicos de água por ano, um nível classificado como escassez severa diante de uma média mundial de mais de 6.000 metros cúbicos por habitante.
Esse alerta foi dado em um relatório do Fórum Árabe para o Ambiente e o Desenvolvimento (Afed), que disse que as reservas de água na região caíram a um quarto dos níveis de 1960.
As mudanças climáticas agravarão a crise em uma região onde as temperaturas podem subir dois graus Celsius nos próximos 15 ou 20 anos e em mais de quatro graus até o final do século, de acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas.
A escassez de água e o aumento do nível dos oceanos são uma realidade, mas a conscientização pública no mundo árabe está atrasada.
"As pessoas ainda não estão cientes desses impactos," afirmou o secretário-geral do Afed, Najib Saab. "Quando você fala de mudanças climáticas, eles acham que o impacto será na lua ou em outros países."
Líderes árabes lidam com a situação da água de forma séria, mas muito frequentemente deixam a questão das mudanças climáticas para os ministros do Meio Ambiente.
"Os ministros do Meio Ambiente são frequentemente os mais fracos nesses países", afirmou Habib Habr, diretor regional do Programa da ONU para o Meio Ambiente. "As políticas estão lá, mas geralmente o que vemos é a falta de implementação ou execução da lei."
Em uma região cheia de conflitos e comandada por governantes irresponsáveis e elites que servem apenas a si próprias, as distrações políticas levam as mudanças climáticas e outros assuntos sociais para a parte de baixo da lista de prioridades, embora a Tunísia, a Jordânia e o Omã sejam mais ativos que a média.
in O Globo, 2010/11/14
domingo, 27 de junho de 2010
Dia Mundial da Água 2010
Ban Ki-moon, secretário-geral da ONUNo entanto, diz Ban Ki-moon, os recursos hídricos estão cada vez mais vulneráveis e ameaçados. Todos os dias e um pouco por todo o mundo “milhões de toneladas de esgotos sem tratamento e resíduos industriais são agrícolas despejados em sistemas de água”.
Tarifas de Água penalizam famílias mais numerosas
Segundo explicou ao DN o deputado municipal Ruben Raposo (PS), "a ideia é escalonar o preço da água em função do número de elementos que residem em cada habitação. O tarifário normal não tem em conta a dimensão das famílias numerosas, prejudicando os consumos mais elevados por residência".
Na sua opinião, "a política tarifária normal, actualmente praticada pelos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento (SMAS) de Almada, visa penalizar os consumos excessivos. Uma medida sensata, pois o desperdício deve ser combatido. Mas o facto de não considerar os agregados familiares para tarifar o consumo doméstico subverte por inteiro essa política e faz com que paguem mais não os cidadãos que esbanjam mas sobretudo as famílias mais numerosas".
"Tendo em conta que se considera, a nível internacional, como consumo normal de água por utente, 120 litros diários, obtém-se a média de 3600 litros mensais, ou seja, 3,6 metros cúbicos por mês [m3/mês]", referiu o deputado socialista.
E exemplificou com o caso de "uma família constituída por um casal e três filhos em que cada utente tenha esse consumo-padrão. O consumo será de 18 m3/mês, fazendo essa família pagar uma factura com in- cidência no 3.º escalão (mais de 15 m3), suportando um custo por metro cúbico 63% mais elevado do que um utente individual" (ver infografia).
Por isso mesmo, Ruben Raposo considera "imperioso que se corrija esta flagrante injustiça de as famílias continuarem a pagar a água tanto mais cara quanto maior for a dimensão do agregado".
"Encher a piscina da vivenda"
Sobre estas questões, o porta-voz dos deputados municipais da CDU, Sérgio Taipas, diz ser "importante perceber que a proposta de reduzir o preço da água em função da família tanto serve para pagar a água à família que tem dificuldades em pagar seja o que for como para encher a piscina da vivenda de quem pode pagar muito mais". E salienta que "a Câmara de Almada pratica há muito tempo uma política, essa sim, socialmente justa. Porque há muito tempo que aqueles que têm rendimentos menores - sejam famílias grandes ou pequenas - são isentos do pagamento de 50% da água, desde que tenham um rendimento per capita igual ou inferior ao salário mínimo nacional".
A moção apresentada pelo PS foi rejeitada por maioria, com 34 votos contra (de eleitos da CDU e do Bloco de Esquerda) e 17 votos a favor (de eleitos do PS e PSD).
in Diário de Notícias, 2006/14/21