sábado, 5 de junho de 2010

Escassez de àgua preocupa muitas regiões europeias

Apesar de em 2009 ter sido registada uma maior precipitação do que em anos anteriores nos países do Sul da Europa, ainda são necessários mais esforços para parar e inverter o processo de sobre exploração dos recursos hídricos limitados da Europa, segundo um relatório da Comissão Europeia sobre os progressos realizados pelos Estados-Membros em matéria de luta contra a escassez de água e as secas.

Sem uma política eficaz de tarificação da água, sem uma utilização racional e sem medidas de poupança deste recurso, a Europa terá dificuldades em garantir água de qualidade suficiente para satisfazer as necessidades dos consumidores e para enfrentar os desafios das alterações climáticas.
Para Janez, comissário europeu responsável pelo ambiente "A água é vida - pelo que a política da água é o nosso seguro de vida. O presente relatório sublinha a importância de integrar a política da água em objectivos políticos mais gerais a todos os níveis, quer ao nível da UE quer ao nível nacional. Acima de tudo, as nossas políticas da água devem ser sustentáveis: não nos podemos dar ao luxo de consumir a água destinada às gerações futuras."

Escassez de água – um problema europeu

O equilíbrio entre as necessidades de água e a sua disponibilidade alcançou um nível crítico em muitas regiões da Europa. A escassez de água e as secas tornaram-se um grande desafio, prevendo-se que as alterações climáticas agravem a situação.

Este novo relatório revela que alguns Estados-Membros começaram a sofrer de escassez permanente de água em todo o seu território. Há já vários anos que a Comissão exorta os Estados-Membros a considerar alternativas políticas como a tarificação da água, instrumentos melhorados de gestão da água e medidas de poupança e de utilização racional da água.

Reduzir o consumo de água dos produtos relacionados com o consumo de energia, como as torneiras, os chuveiros e as banheiras, também pode resultar numa redução de 20% das necessidades de aquecimento; por outro lado, modificando o tempo de duração dos duches, a frequência dos banhos e a utilização das torneiras, o consumo de água pode resultar em poupanças da ordem de 20 a 30%.

Retirar ainda maiores benefícios dos bio resíduos
A Comissão Europeia apresentou esta terça-feira as medidas destinadas a melhorar a gestão de bio-resíduos na UE e a explorar os seus significativos benefícios ambientais e económicos.
Os resíduos biodegradáveis de jardins, de cozinha e alimentares representam anualmente 88 milhões de toneladas de resíduos urbanos e exercem importantes impactos potenciais no ambiente. Mas são também consideravelmente promissores como fonte de energia renovável e de materiais reciclados.
O Comissário do Ambiente, Janez, afirmou: «Já dispomos de um considerável acervo legislativo em matéria de bio-resíduos na UE. Mas com uma melhor aplicação e controlo do cumprimento da legislação, podemos obter ainda mais benefícios dos bio-resíduos. Tal contribuirá não só para a luta contra as alterações climáticas: a produção de composto e de biogás de boa qualidade contribuirá para manter solos saudáveis e para retardar a perda de biodiversidade».

Bio-resíduos - um potencial inexplorado

A compostagem e a digestão anaeróbia constituem as opções ambientais e económicas mais promissoras para o tratamento dos bio-resíduos que não podem ser evitados. As abordagens mais promissoras incluem ainda a prevenção de bio-resíduos e o tratamento biológico com a produção de composto e biogás.

A principal ameaça ambiental dos bio-resíduos consiste na produção de metano, um gás com um potente efeito de estufa, 25 vezes superior ao do dióxido de carbono. Se o tratamento biológico dos resíduos fosse maximizado, o benefício mais visível e significativo seria o de evitar emissões de gases com efeito de estufa estimadas em cerca de 10 milhões de toneladas de equivalente de CO2 em 2020.

Cerca de um terço do objectivo da UE para 2020 em matéria de energias renováveis nos transportes poderia ser atingido utilizando biogás produzido a partir de bio resíduos, enquanto cerca de 2% do objectivo global de energias renováveis da UE poderia ser atingido se todos os bio-resíduos fossem transformados em energia.

A plena aplicação das políticas existentes, apoiadas por uma melhor gestão dos resíduos, permitiria obter benefícios ambientais e económicos estimados entre 1,5 e 7 mil milhões de euros, consoante a ambição das políticas de reciclagem e de prevenção.

in Jornal Nordeste, 2010/05/25

1 comentário:

Ana disse...

Grande iniciativa. É muito bom ver jovens a abordar estes temas de uma forma tão empenhada